quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Por que não sou Monarquista

 Uma parte integral de minha cosmovisão é a perspectiva orgânica e tradicional de mundo, na qual a sociedade é baseada nas sadias relações de subordinação. Daí se levanta o crescente Monarquismo ou Realismo. Por muito tempo fui inclinado a pensar que um ativismo militante em prol da restauração dos estados monárquicos seria algo indispensável para a reparação do mundo hodierno. Após desilusões, choques e contendas a nível privado não mais pude atuar em tal posição.
 É impossivel renegar por completo o simples pensamento e amor pela Antiga Ordem. Já algo frequentemente amoral e cínico como o Pan-Monarquismo - Por isto mesmo penso estar o título deste texto incompleto e equivocado - deve ser tratado com cautela e desdem. Só posso enumerar alguns pensamentos que me levaram a renegar o que foi outrora foi a minha base política e - Pasmem - quase uma segunda religião:

 1-) Os regimes modernos que se dizem "Constitucionais" foram incapazes de parar de qualquer modo a inversão de valores em que vivemos. Suécia, Dinamarca e Inglaterra são porneias onde cada um pode cometer quaisquer atentados ao pudor que quiser de acordo com a sua vontade.

 2-) Na clássica definição de Aristóteles, Monarquia seria algo em que o poder fosse centrado nas mãos de um único indivíduo. Ora, não é este o fetiche que hoje temos. A nova definição diz somente que "Monarca é um chefe de estado vitalício e hereditário". O que entra em conflito direto com a filosofia e várias ocorrências históricas comumente aceitas.

3-) Vários tronos modernos , como o Reino Unido e a Espanha, foram obtidos através de usurpação de posição pertencente a Casas benignas e veneráveis, muitas vezes vítima de virulento liberalismo e anticatolicismo.

4-) Quase todo estatuto Real vigente passou por várias alterações para permitir vícios e novidades. Como pode algo que se afirma tradicional ser mutável??

5-) Eram comuns as conquistas e anexações de Reinos menores por Impérios mais fortes, como Saboia fez com as Duas Sicílias e a Rússia fez com a Geórgia. Quais deveriam ser restaurados? E por que algum seria mais digno de voltar a existir do que outro??

 Se não posso pelejar por tais delírios, tampouco posso aderir às rasteiras repúblicas modernas... Nada há de ser feito... Senão viver na borda da política, num Anarquismo prático.